quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Léo e Bia

Léo e Bia é o primeiro trabalho como diretor e produtor de cinema do cantor Oswaldo Montenegro que adaptou para as telas a história do musical homônimo, sucesso dos palcos na década de 80, e visto por mais de 500 mil pessoas. Ficção com base autobiográfica, a produção foi rodada no Rio de Janeiro ao longo de dez dias, após uma jornada de  cinco meses de ensaios com o elenco e um mês de experimentação com movimentos de câmera. Tudo feito com recursos próprios e sem qualquer patrocínio. O filme se passa em um cenário único: a sala de ensaios de um grupo de jovens atores. 

No longa-metragem, que tem Paloma Duarte também como produtora, Oswaldo Montenegro opta pela poesia.  Sua estética dispensa a avalanche de imagens para priorizar o diálogo. O recurso de ater-se a um só cenário, coisa que remete à idéia de um gigantesco plano seqüência, oferece ao espectador, paradoxalmente, tanto a noção de um refúgio mágico (a caixa cênica) como também uma certa sensação de claustrofobia. Porque igualmente paradoxal era ser jovem no Brasil durante os anos mais duros da ditadura militar. De um lado, a utopia do movimento hippie. Do outro, a liberdade cerceada. Entretanto, ainda que a ditadura se faça presente na narrativa, o filme não se pretende político nem didático. Léo e Bia é, em essência, uma emocionada homenagem à amizade e ao direito de se correr em busca de sonhos. De preferência ao som de violas, sanfonas e muitas canções ao vivo.   




Sinopse:
Brasilia, 1973.  No auge da ditadura militar, sete amigos, jovens como a cidade em que moram, sonham viver de teatro. Liderado pelo diretor Léo (Emílio Dantas), o grupo  leva adiante os ensaios de uma peça que tece comparações entre Jesus Cristo e o cangaceiro Lampião. Em paralelo à repressão política, a mãe  de uma das jovens (Françoise Forton), adoece. E em sua desvairada obsessão pela filha Bia (Fernanda Nobre), oprime-a cruelmente.  Soma-se à  atmosfera  opressora, a aridez cultural de Brasília. A turma do Distrito Federal sonha por romper com esta cotidiana asfixia.

Brasil, 2001, 97 min, cor, digital

Direção e Roteiro: Oswaldo Montenegro
Produção Executiva: Paloma Duarte e Daniela Gracindo
Fotografia: André Horta
Edição e Montagem: Pedro Gracindo
Assistente de Direção: Madalena Salles e Paula Horta
Trilha Sonora: Oswaldo Montenegro
Distribuição: Copacabana Filmes & Produções

ELENCO
Paloma Duarte (Marina), Françoise Forton (Mãe da Bia), Fernanda Nobre (Bia), Vitória Frate (Cachorrinha), Emilio Dantas (Léo), Pedro Cartano (Cabelo), Ivan Mendes (Brookie), Pedro Nercessian (Encrenca).


Estreia prevista para próxima sexta-feira 10/09/2010

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